quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Saudade

Hoje é dia de saudade
como todos, na verdade.
A falta é constante em minha casa,
por isso escrevo e enterro meus poemas numa cova rasa

Em minha varanda, sentado.
Ela parada do meu lado,
onde você se sentava.
Baseados e palheiros de madrugada.

Depois de noites rasas,
voltávamos para minha casa.
Nossos corpos juntos em brasas.

E após mais uma noite vaga,
volto sozinho pra casa
e morro em minha cama gelada.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Caio Fernando Abreu - Luz e Sombra (Morangos Mofados)

"O dia está muito quente. Quando a tarde avançar, sei que me encontrará sentado no degrau. E depois que o cinza tiver se transformado em rosa e em violeta e em azul profundo e por fim em negro, sei que estarei parado no centro daquele quarto, ouvindo guinchos estridentes e o bater de asas dos morcegos. Gritarei, então. Muito alto, com todas as minhas forças, durante muito tempo. Não sei se foi esta a ordem, se será assim depois. Mas com certeza nem você vai me ouvir."

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Prólogo d'Um Romance

Noites e noites sozinho.
Só você comigo,
do meu lado, em outro lugar.

Suas palavras me abraçam
e apesar dos pesares,
Estou Bem.
E anseio respirar novos ares.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

jogado, maltratado,
virado,
judiado,
escarrado da nossa história,
das lembranças.
Descartado da memória.

domingo, 26 de janeiro de 2014

Encontro no meio da tarde.
Pele arde, a brasa é grossa.
Trap e bossa nova,

Canários

Pássaros aventureiros
famintos,
em meu jardim.

Não os prendo,
gosto assim,
livres para ir e voltar, enfim.

domingo, 19 de janeiro de 2014

Osmar Lins - Guerra Sem Testemunhas

"Achava belo, a essa época, ouvir um poeta dizer que escrevia pela mesma razão por que uma árvore dá frutos. Só bem mais tarde viera a descobrir ser um embuste aquela afetação: que o homem, por força, distinguia-se das árvores, e tinha de saber a razão de seus frutos, cabendo-lhe escolher os que haveria de dar, além de investigar a quem se destinavam, nem sempre oferecendo-os maduros, e sim podres, e até envenenados."

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Ciúme

Tenho muito ciúme de algumas coisas:
Contos, pixos, músicas.

Tudo que eu queria,
que essas coisas fossem só minhas.

Noite Morna

Noite morna,
cerveja choca.
Mente desdobra poesia.

Você me olha,
minha derrota,
pois um dia me queria.

Tarde quente,
previsão do tempo.
RJTV.

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Abandono

Olhos diferentes,
outro par de mãos.
Ambiente estranho
outra marca de ração.

Agora eu tenho um quintal,
e eu já nem me lembro de antes.
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